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México: setor de lácteos continua resiliente

29/11/2021

Com 129 milhões de cidadãos, o setor de lácteos do México continua oferecendo potencial de crescimento aos exportadores e produtores dos EUA. Porém, a indústria de laticínios do país também tem se mostrado resiliente, com um rebanho leiteiro robusto, acesso à água e considerável produção doméstica de alimentos ajudarando a continuar a expansão da produção e do fornecimento de leite.Estima-se que o setor de laticínios do México produziu 12,85 milhões de toneladas de leite em 2021, enquanto a produção em 2022 está prevista em 12,98 milhões de toneladas (+ 1%). A raça holandesa é a principal raça utilizada nas queijarias mais industrializadas, onde se atinge em média 37 litros de leite/vaca/dia. No caso de raças miscigenadas com gado Zebu (Bos indicus), a média de 9 litros/vaca/dia.

 

Panorama leiteiro do México

O setor de produção de leite do país é composto por cerca de 250 mil fazendas leiteiras, a maioria das quais são micro e pequenas operações com menos de 100 vacas cada. Muitos produtores de leite faliram ou reduziram seus rebanhos devido ao aumento dos custos dos insumos e aos efeitos da pandemia Covid-19. A integração vertical aumentou, para o benefício de grandes laticínios, enquanto alguns produtores de leite em dificuldade se juntaram a outras fazendas leiteiras ou formaram cooperativas.

No entanto, o rebanho leiteiro do país e a quantidade de leite que ele produz continuam crescendo à medida que grandes produtores investem em práticas de fabricação e genética para melhorar a qualidade do leite, rendimento, resistência ao calor e resistência a doenças.

 

Consumo de leite no México

O consumo anual de leite no México é o mais baixo da América do Norte, com 62 litros por pessoa (Canadá: 76 litros; EUA: 68 litros). O consumo geral de leite do país é estimado em 13,04 milhões de toneladas em 2021 (doméstico 4,15 milhões de toneladas e industrial 8,9 milhões de toneladas). Para 2022, o consumo está previsto em 13,17 milhões de toneladas (+ 1%). Os programas de distribuição social de leite, a reabertura do setor varejista e institucional e o uso comercial crescente devem impulsionar a demanda.

 

Importações e exportações de leite em declínio

As importações de leite do México estão previstas em 30 mil toneladas em 2021, enquanto para 2022 a previsão é de 29 mil toneladas (-3%), com base na produção doméstica de leite suficiente para atender ao consumo nacional. A indústria de laticínios mexicana estima que será capaz de atender à demanda com aproximadamente 85% de leite nacional e 15% de leite importado.

Enquanto isso, em 2021, as exportações são estimadas em 17 mil toneladas, e em 2022 em 15.000 toneladas (-12%), já que o consumo de leite das exportações deverá diminuir. Espera-se que a Guatemala e os EUA continuem sendo os principais destinos de exportação.

 

Produção de queijo no México principalmente artesanal

A produção de queijo em 2021 é estimada em 448 mil toneladas, enquanto um aumento de 1% para 452 mil toneladas é esperado em 2022. Os queijos de massa mole representam 75% do mercado local. A produção de queijo continua predominantemente artesanal e em pequena escala, atendendo à demanda regional. As operações industriais de queijo respondem por um quarto do queijo produzido.

 

Mais queijo por favor

O consumo de queijo do México tem espaço para crescer, com o consumo per capita chegando a quase 4 kg por ano. Nos EUA, o valor é de 17 kg e 14 kg no Canadá.

O consumo em 2021 é estimado em 559 mil toneladas, com um aumento de 1% para 563 mil toneladas em 2022. No mercado interno, o crescimento continua lento devido às constantes condições macroeconômicas ruins; no entanto, a reabertura do setor de hotéis e restaurantes está ajudando a impulsionar o consumo.

No mercado comercial, estima-se que as importações de 2021 permanecerão estáveis em 2022, com 123 mil toneladas e os EUA sendo o principal fornecedor (80% do mercado), seguidos pelos Países Baixos (9%). As exportações em 2021 e 2022 estão estimadas em 12 mil toneladas.

 

Manteiga mantém demanda estável

A produção de manteiga no México é liderada por 3 empresas, com um grande player detendo 70% do mercado. A produção em 2021 é estimada em 235 mil toneladas e 236 mil toneladas para 2022. A reabertura do setor de hotéis e restaurantes e a demanda contínua dos setores de padaria industrial e confeitaria ajudaram a manter a demanda estável.

O consumo em 2021 e 2022 é estimado em 261 mil toneladas. Processadores industriais maiores em setores como hotéis e restaurantes, padaria e confeitaria estão impulsionando o consumo de manteiga. O consumo per capita é baixo, cerca de 0,4 kg por pessoa por ano (em comparação com alguns dos maiores consumos per capita na França com 8 kg ou na Nova Zelândia com 5 kg).

 

Produção nacional acompanha demanda por manteiga

As importações são estimadas em 28 mil toneladas em 2021 e 2022, com a produção doméstica prevista para acompanhar a lenta demanda dos setores de hotéis e restaurantes e de processamento industrial. Espera-se que a Nova Zelândia continue sendo o maior fornecedor de manteiga do México, seguida pelos Estados Unidos. Em 2021, as exportações são estimadas em 2 mil toneladas, com um aumento de 50% em 2022 para 3 mil toneladas.

 

Leite em pó desnatado

É mais barato para o México importar leite em pó desnatado do que produzi-lo. Apenas 5 instalações de desidratação operam no país, que nem sempre funcionam com plena capacidade. A produção de leite em pó desnatado em 2021 é estimada em 45 mil toneladas, enquanto a produção em 2022 está prevista para 46 mil toneladas. Cerca de 80% das importações de leite em pó são dos EUA.

O consumo em 2021 é estimado em 343 mil toneladas, com previsão de aumento de 2% para 348 mil toneladas em 2022. A reabertura do setor de hotéis e restaurantes representou crescimento na demanda e no consumo, principalmente de produtos de panificação e sobremesas.

 

Setor de hotéis e restaurantes incentivam importações e exportações de leite em pó desnatado

As importações de leite em pó desnatado estão estimadas em 334mil toneladas em 2021 e com previsão de aumentar 2% para 340 mil toneladas em 2022.  A reabertura do setor de hotéis e restaurantes gerou um crescimento da demanda, que a produção nacional não consegue atender. Os programas sociais de distribuição de leite também usam leite em pó para fortalecer sua oferta de leite.

As exportações, por sua vez, são estimadas em 36 mil toneladas em 2021 e devem aumentar 6% para 38 mil toneladas em 2022. Os mercados de exportação incluem países latino-americanos, para os quais o México pode enviar leite em pó como ajuda regional.

 

Leite em pó integral

Em 2021, a produção de leite em pó integral está prevista em 123 mil toneladas, e deve aumentar marginalmente (1%) para 124 mil toneladas em 2022. A produção de leite em pó integral no México é limitada pela disponibilidade de infraestrutura de desidratação, no entanto, o país se beneficia de um preço acessível e fornecimento constante de leite em pó integral dos EUA.

Em 2021, o consumo é estimado em 112 mil toneladas e, em 2022, a previsão é de 113 mil toneladas (+ 1%). A demanda é impulsionada por processos de confeitaria e panificação, bem como processadores de laticínios industriais que desenvolvem produtos lácteos rotulados como saudáveis, fortificados e "pegue e leve".

 

México depende de importações de leite em pó integral

Preço e logística incentivam as importações de leite em pó integral em relação à produção nacional. Em 2021, as importações de leite em pó integral são estimadas em 7 mil toneladas e estima-se que cheguem a 8 mil toneladas em 2022 (+ 14%). Os EUA são o fornecedor dominante (52%), seguidos do Uruguai e da Nova Zelândia. O México depende dessas importações para satisfazer a demanda de vários produtos, incluindo fórmula para bebês e produtos de bem-estar e fortificados.

As exportações de leite em pó integral para 2021 são estimadas em 18 mil toneladas e estão previstas em 19 mil toneladas para 2022 (+ 6%). Os principais mercados de exportação para o leite em pó integral do México continuam sendo Colômbia, Cuba, Venezuela, Belize e Guatemala, que se beneficiam de preços mexicanos acessíveis e disponibilidade estável. O aumento da demanda interna pode, no entanto, prejudicar o crescimento das exportações.

Fonte: milkpoint