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Manifesto do setor leiteiro tem boa repercussão

31/08/2017

Os desdobramentos das proposições contidas no manifesto sobre as importações do leite em pó do Uruguai formulado pela Fecoagro Leite Minas já podem ser notados. O documento entregue no início do mês para o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e o Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, pode resultar no estabelecimento de uma cota para a compra do insumo do país vizinho.

Dando sequência ao pleito dos cooperativistas do ramo Agropecuário o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, se reuniu, em 22 de agosto, com o ministro Maggi e entregou um documento com sugestões de medidas para inibir o volume de importação de leite produzido no Uruguai.  O encontro também contou com a participação do superintendente técnico da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Bruno Lucchi.

Uma das propostas trata da alteração da Instrução Normativa nº 11/1999, que proíbe a compra de produto lácteo não embalado no estabelecimento de origem (leite em pó) para programas governamentais, além da exigência de um prazo de validade mínimo, estipulado em 50% do tempo de prateleira para cada produto a ser consumido pelos brasileiros.

Como resultado, o ministro manifestou que deverá tratar sobre o tema com o representante da pasta de Pecuária, Agricultura e Pesca do Uruguai, Tabaré Aguerre, esta semana, em um encontro em São Paulo. A proposta deve seguir o exemplo da Argentina, que possui um acordo de cota. Neste sistema, existe uma quantidade máxima mensal permitida de importações do leite em pó argentino, o que permite uma previsibilidade do cenário para os produtores brasileiros.

"A Fecoagro Leite Minas tem papel fundamental na retomada das discussões da situação das importações do produto de países vizinhos, sempre com apoio dos Sistema Ocemg e OCB. As ações recentes de negociações surgiram a partir do manifesto, criado na Federação, e apresentado em audiência pública com deputados e representantes de outras entidades do setor. E o cooperativismo mineiro tem uma participação importante nesse cenário", ressalta o diretor executivo da Federação, Nidelson Falcão.

Segundo dados da OCB, só em 2017, o Brasil recebeu 86% do leite em pó desnatado uruguaio e 72% do integral. Apenas nos primeiros seis meses, foram importadas 41.811 toneladas do produto em pó. A tarifa zero em vigor e a ausência de uma negociação de cota têm desagradado os produtores nacionais.

Renovação do acordo

Em 14 de agosto, representantes do setor privado de Brasil e Argentina tiveram reunião ordinária para monitorar o acordo bilateral entre os países. O setor cooperativista foi representado pela equipe do Sistema OCB. Como resultado, ficou estabelecida a manutenção do acordo até maio 2018, bem como a cota de até 54 mil toneladas de leite em pó/ano.

Fonte: Sistema Ocemg.