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O sindicato russo de laticínios pediu às autoridades que nacionalizem as empresas ocidentais que foram fechadas devido à invasão russa da Ucrânia.
Desde o início de sua invasão da Ucrânia, a Rússia experimentou um êxodo de empresas ocidentais. Quase 200 empresas declararam publicamente planos para suspender as operações na Rússia, o que envolve o fechamento das capacidades de produção no país.
Várias empresas de laticínios também aderiram à tendência. Por exemplo, a Valio declarou planos de sair do país suspendendo o fornecimento para a Rússia e a produção local. “Condenamos veementemente a invasão da Ucrânia independente pela Rússia”, disse a presidente e CEO da Valio, Annikka Hurme, em comunicado em 7 de março. “A Valio não tem as pré-condições éticas para continuar operando na Rússia e, portanto, fecharemos nossas operações na Rússia.”
A Valio operava uma fábrica de queijos perto de Moscou, juntamente com parceiros de fabricação contratados nas partes central e noroeste do país.
Lyudmila Manitskaya, presidente do sindicato russo de laticínios, disse que as empresas de laticínios que deixam a Rússia devem ser nacionalizadas para que as capacidades de produção não sejam fechadas e os empregos perdidos.
Passos decisivos necessários
“Várias opções de política estatal e cenários para proteger os interesses do Estado na gestão de empresas estrangeiras cujos acionistas decidem deixar o mercado russo estão sendo elaborados”, disse Manitskaya, acrescentando que uma possibilidade envolve a transferência de ações de acionistas estrangeiros para pessoas jurídicas e pessoas físicas locais, bem como a intervenção do Estado através do processo de falência acelerada.
Manitskaya disse que o sindicato russo de laticínios defende a ideia de medidas mais decisivas, incluindo a nacionalização dos ativos de produção quando as empresas estrangeiras de laticínios deixarem a Rússia, fechar a produção e demitir funcionários.
Sanções
No contexto das sanções ocidentais, há um número crescente de casos em que subsidiárias locais de empresas estrangeiras ou produtores locais com capital não russo saíram do mercado russo, disse Manitskaya, sem fornecer detalhes adicionais sobre essas empresas. Isso causa danos sociais e econômicos ao país, provocando crises e desestabilizando os mercados, acrescentou.
Algumas empresas optam por ficar
Por outro lado, algumas empresas ocidentais confirmaram planos de continuar operando na Rússia. Por exemplo, funcionários da Danone disseram que a empresa não deixaria a Rússia, afirmando que não comprometeria novos investimentos para a Rússia, mas continuaria a vender laticínios, garrafas de água e comida para bebês no país. Antoine de Saint-Affrique, CEO da Danone, disse ao Financial Times: “É muito fácil ser arrastado para o pensamento em preto e branco e posições demagógicas, mas no final, nossa reputação é sobre nosso comportamento”.
Putin apoia a nacionalização
Durante uma reunião do governo em 10 de março, o presidente russo, Vladimir Putin, endossou um plano para nacionalizar empresas estrangeiras que estão fugindo do país devido à invasão da Ucrânia.
Fonte: milkpoint