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Uruguai: além de leite em pó, exportações gerais ao Brasil tiveram forte queda

15/06/2020

Nos primeiros cinco meses do ano, as exportações do Uruguai para o Brasil caíram 35% em relação ao mesmo período de 2019. Com esse número, o vizinho do norte deixou de ser o principal destino de exportação do Uruguai para ocupar o quarto lugar. O arroz e, em menor grau, os queijos impediram que a queda fosse maior.

A última edição do MonitorComex da Cibils Soto Consultores analisa as exportações para o Brasil, que até então, era o principal parceiro comercial do Uruguai. Hoje, continua ocupando um lugar relevante, mas foi transferido para o quarto lugar. "As exportações de nosso país caíram 17,7% nos primeiros cinco meses do ano, e somente no mês de maio as exportações caíram 26,4% em relação ao mesmo mês de 2019. Um dos destinos relevantes e tradicionais que mais contribui para essas quedas é o mercado brasileiro”, expressou o consultor em sua análise.

As exportações ao Brasil nos primeiros cinco meses diminuíram 35% em relação ao mesmo período de 2019 e em maio a queda foi de 51% em relação ao mesmo mês do ano passado. "Ou seja, as vendas realizadas para a maior economia do Mercosul apresentam desempenho inferior à média das exportações", destaca Cibils Soto Consultores.

Dessa forma, a evolução do mercado para o Brasil não é nada positiva e a tendência é clara, já que ele passou de ser o principal destino (até 2016, sem considerar as vendas nas zonas francas), para o quarto lugar em maio de 2020. Naquela época, representava 17% do total exportado e, no último mês, atingiu apenas 7,8%.

O consultor observa que os itens que caíram são "em geral" aqueles com algum "grau de industrialização" e menciona a cevada e os veículos. As peças de automóvel também são itens que receberam esse choque negativo com forte impacto, por exemplo: as exportações de airbags caíram em 61%. Nos laticínios, o leite em pó caiu 75% e o leite desnatado 61%, embora os queijos, apesar de menos relevantes, tenham aumentado sua rotatividade neste mercado. O arroz, por outro lado, teve uma forte evolução positiva que “amorteceu a queda”, seu crescimento foi de 75%. 

A moeda

Nos primeiros cinco meses do ano, o real teve uma desvalorização de 32% e a inflação foi de quase 2%, enquanto no Uruguai o peso desvalorizou 16% e a inflação ficou perto de 11%.

Por fim, Marcos Soto, sócio da Cibils Soto Consultores, afirmou que “a recuperação do mercado brasileiro é vital para o desenvolvimento produtivo de várias cadeias industriais que geram mão de obra no Uruguai. Não será fácil em uma economia que cairá perto de 7% em 2020 e, sem dúvida, acabará afetando o desempenho das nossas exportações”. 

Fonte: milkpoint