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Demanda de lácteos da China ressurge e ajuda nos preços dos produtos uruguaios

24/07/2020

Após um início de ano ruim, a China voltou à tração no mercado mundial de lácteos. A incerteza sobre o impacto da pandemia de coronavírus na economia desse país está se dissipando e a demanda dos importadores reaparece. A importância do primeiro comprador mundial de laticínios do planeta chegou a tal ponto que desconfigurou a relação histórica entre o preço do leite em pó e do petróleo.

Hoje, mesmo a US$ 40 o barril de petróleo, o leite em pó integral está sendo comercializado a US$ 3.200 por tonelada na Oceania. Sem a demanda chinesa, o preço seria inferior a US$ 2.000. Se os dados de importação para o período de janeiro a maio de 2020 forem projetados ao longo do ano, espera-se que a China aumente as importações totais em 3% e estabeleça um recorde histórico para produtos lácteos, com 688.000 toneladas de leite em pó integral.

Como consequência do fenômeno descrito, os preços futuros do leite em pó nos meses da primavera subiram para US$ 3.000 por tonelada, comparados aos US$ 2.600 cotados no início de maio.

De acordo com os dados mais recentes do Instituto Nacional do Leite (Inale), isso começa a se refletir na indústria de lácteos uruguaia. Em maio, o preço recebido pelo setor em dólares “aumentou 8% em resposta aos melhores preços recebidos para exportação (+11%) e manutenção de preços no mercado interno em comparação com o mesmo mês de 2019. Enquanto o preço para o produtor diminuiu (- 4%)”, indicou o Inale.

Enquanto isso, o volume de negócios para as exportações do primeiro semestre "aumentou 2% em relação ao mesmo período de 2019, devido aos melhores preços do leite em pó integral e um leve aumento em sua colocação que superou a queda significativa na manteiga e no leite em pó desnatado”, explicou o Inale.

Entre janeiro e junho, foram exportados US$ 283 milhões em laticínios. Desse montante, US$ 191,3 milhões foram para leite em pó integral, cujo volume de negócios aumentou 9% em relação ao primeiro semestre de 2019, devido ao maior volume exportado e ao melhor preço.

Os queijos seguiram com exportações de US$ 49,4 milhões, 3% a mais que no primeiro semestre de 2019.

Fonte: milkpoint