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Como fica a assistência técnica com a pandemia?

30/07/2020

Olá pessoal, tudo certo? Hoje vamos falar de um assunto bem interessante, preocupante e delicado ao mesmo tempo? Topa viajar comigo neste assunto?

Pois bem. Nas minhas andanças – lá vem eu, outra vez, com minhas histórias – estava em um lugar e, mesmo não querendo, ouvi uma pessoa dizendo: "Eu não preciso de assistência, pois meu avô me deixou os ensinamentos necessários e eu sou muito esperto e não preciso de ajuda".

Pessoal, querendo ou não vou dizer uma coisa a todos vocês: nascemos para evoluir e por este motivo ensinaremos e aprenderemos todos os dias. Para tanto, desconheço aquele que nunca precisa de ajuda, mas concordo em dizer que uns precisam mais que outros.

Em se tratando de assistência vou somente colocar alguns pontos importantes. Se precisarmos de informação de um endereço perguntamos, não perguntamos? Se precisarmos de auxilio de um advogado, perguntamos, não é? Se precisarmos de um médico, perguntamos, procuramos? E da polícia? E de um frete? Encurtando as perguntas, todos são serviços que precisamos, não é mesmo?

Então, não é vergonha ou incômodo algum precisarmos de assistência técnica rural e buscá-la, não é mesmo? Então, para começo de conversa, se você precisar, busque a assistência, não perca tempo, não patine. Um carro atolado patina e não sai do lugar.

Bom, mas e agora com esta pandemia? Ouvindo outra história, mesmo não querendo, ouvi um pecuarista falando assim: "Estou parado em casa e preciso esperar a pandemia passar para ver o que eu vou fazer”.

Senhores, é indiscutível que estamos vivendo dias difíceis e por este motivo precisamos nos cuidar. Sim, cuidar de nós do nosso próximo e mais ainda de pessoas de risco. Pessoas que têm maiores chances de sobrevivência, têm que estar a frente daqueles que precisam se resguardar. Em uma alcateia de lobos, o mais forte defende o mais fraco e busca alimento para ele. Porém, não desrespeita o mais velho e nem passa sobre suas ordens... mas continua seguindo.

Em se tratando de animais zebuínos, como a Raça Gir, até mesmo cruzamentos como a raça Girolando, apresentam um aspecto muito importante quanto a cria. Seu sistema uterino limita o crescimento do feto e ao nascer um bezerro menor, porém mais ágil, pode andar mais depressa e se virar sozinho mais cedo. Isto faz parte de um aspecto evolutivo que se explica pela origem de tudo, quando os animais era constantemente incomodados por predadores e por este motivo precisavam fugir deles.

Mas, vocês devem estar se perguntando qual seria o meu objetivo em explicar isso? Sabe qual é, pessoal? Para dizer para vocês que estes animais não pararam e sim encontraram alternativas para seguir em frente.

Sim. Seguir em frente. Mas é muito importante salientar que em nenhuma destas situações alteraram regras e nem por isso fizeram o contrário. Se fossem em nosso tempo atual de pandemia, não rasgariam máscaras nem abraçavam seus próximos. 

Tudo isso, pessoal, para dizer para vocês que não precisamos e nem podemos parar. O Agro não pode parar. Estamos em produção constante de alimentos. Mesmo em pandemia precisamos comer. Mesmo em crise, precisamos nos alimentar. Mas, com certeza, você deve estar se perguntando como vamos fazer isso.

Então, no mercado temos muitas opções de assistência, com profissionais sérios e outros nem tanto. Com empresas e profissionais que cobram caro pelo serviço e outras nem tanto. Com assuntos interessantes e outros nem tanto.

Se não podemos ir até a fazenda, e por isso não podemos levar o técnico lá, tire fotos, conte um “causo”, mas explique seu problemas para nós, os técnicos. Se puder ir até a fazenda, tome todo o cuidado. Eu continuo indo às propriedades, mantenho distância, uso máscara e álcool gel nas mãos. Não abraço e nem cumprimento, mas, se esquecer e cumprimentar, use artifícios para se cuidar.

De fato, estamos em um período difícil, esquisito e complicado. Todos estão com medo. Mas agora preciso contar outra história... Se a vaca esperar muito no pasto após ter parido um bezerro, eles podem morrer vítimas de um ataque de um animal, por exemplo. Se o padeiro esperar muito com o pão no forno, o pão queima. Se o produtor de alface deixa as alfaces por mais tempo no solo elas passarão do ponto e se estragarão. Senhores, não podemos perder tempo. O agro não pode parar, mas também não precisa desrespeitar nada e nem ninguém.

São muitos canais que podemos conversar com vocês. Seja presencialmente ou de forma online, ou até mesmo por telefone, podemos chegar até vocês. No meu tempo de infância, em lugares que não chegavam o telefone, alguns recados eram dados pelo rádio. Após a música preferida da mãe, o filho mandava um recado pelo radialista. "Mãe tudo certo por aqui". Em outros lugares, o caminhão do leite levava um "oi" ou até mesmo produtos para aqueles que não conseguiam ir a cidade.

Então pessoal, não podemos desistir. Pergunte, chame, peça ou até mesmo vá até o técnico. Ele pode e deve ajudar você. O que não podemos é parar no tempo por causa de uma pandemia, porém, também não podemos desrespeitá-la e simplesmente falar que ela não existe. Mas não se esqueça: nem sempre podemos pedir carona para o taxista. Ele trabalha e precisa ganhar.

Que a pandemia não seja desculpa para nós para pararmos de produzir. Que ela não seja um obstáculo e nem o fim da corrida. Que ela não seja o abismo da desistência. Estamos aqui, pessoal, para ajudar no que for preciso e aumentar a eficiência dos sistemas produtivos. Somos treinados para isso. Assim como o advogado cuida em trabalhar com leis, assim somos nós em trabalharmos com alimentos. Eu como todos os dias e por este motivo, se pararmos muito para pensar, pode faltar alimento na mesa. Mas, por fim, se eu melhorar minhas expectativas e produzir mais, posso trabalhar menos e me cuidar. Pensem nisso.

E já ia me esquecendo: um profissional que para no tempo por mais ou menos 4 meses, com certeza perde uns 4 anos a sua frente. E mais, se seu avô lhe deixou ensinamentos, basta você aprimorar. Em resumo, se atualize sempre. Vovô ficará muito orgulhoso de você.

Fonte: milkpoint