Se o cooperativismo de saúde já desempenhava um papel fundamental na saúde brasileira, entendo que ele se torna um protagonista ainda mais importante em meio a uma crise sanitária.
O sistema de saúde é, por natureza, bastante complexo. E vivemos um momento em que essa complexidade se amplia e que o nível de incerteza se torna muito maior que o habitual. Avalio que é praticamente impossível prever, com segurança, os impactos da crise desencadeada pela pandemia de Covid-19 para o setor da saúde, seja ele público ou privado.
Nesses momentos, se faz ainda mais necessária a capacidade de colaboração dos indivíduos e da sociedade como um todo. Respondendo a este desafio, o cooperativismo destaca-se como alternativa consistente e eficaz.
As cooperativas nascem de necessidades econômicas e, durante as crises, costumam vicejar, ao contrário dos demais segmentos da economia. Isso acontece porque o que fundamenta o cooperativismo não é apenas uma questão econômica, mas especialmente um alicerce filosófico e humano.
Como cooperativa médica, precisamos ter uma visão ainda mais ampla das nossas responsabilidades. Uma delas é criar condições para continuarmos cuidando da vida e da saúde dos mais de 2,5 milhões de beneficiários Unimed. Outra, diz respeito a atender à demanda que nos deu origem, que é gerar trabalho e renda para os médicos cooperados, mais fundamental ainda neste momento delicado. Precisamos, além disso, apoiar os nossos prestadores para que eles continuem desempenhando seu papel crucial no enfrentamento da Covid-19. E, ainda, como consequência destas iniciativas voltadas para nossa sustentabilidade, é preciso cuidar dos nossos colaboradores, um importante diferencial na nossa atuação. Precisamos nos manter de pé e nos fortalecer mutuamente.
É gratificante perceber o papel essencial da Unimed Federação Minas nesse momento tão delicado. Através da criação de produtos, da geração de escala e consequente racionalização dos custos para cooperativas e beneficiários do estado, reforçamos a certeza de que o trabalho em conjunto é mais profícuo e transformador.
O sistema cooperativo mineiro tem a tradição da resiliência. Ao longo da nossa história, já enfrentamos e superamos várias crises. A nossa criatividade, nossa capacidade de agir e nosso esforço de superação são os fatores que vão nos impulsionar para que possamos continuar fazendo diferença na vida das pessoas. Por isso, confio que vamos sair melhores na outra ponta. Melhores, ainda mais criativos e menos conservadores. Afinal, o momento exige ousadia. E ousadia é coragem com senso de proporção.
Ao imaginar um novo futuro, só consigo desejar que essa lição sobre a intercooperação, que já faz parte há tanto tempo da realidade das cooperativas, seja amplamente compreendida, e que o conceito de colaboração possa alcançar ainda mais pessoas e organizações.
Nossa filosofia, aplicada na prática, é nossa contribuição para um mundo melhor durante e depois da pandemia.
Fonte: mundocoop