Notícias

Programa ATeG eleva produção de leite em até 90% no Norte de Minas

27/08/2020

Paulo Rodrigues da Silva e Eva Martins dos Anjos são donos de uma pequena propriedade de 14 hectares, assistida pelo Programa de Assistência Técnica e Gerencial – ATeG/Bovinocultura de Leite, em Ubaí, no Norte de Minas. 

Localizada na comunidade de Serragem, o casal viu a propriedade dar um salto de 50% na produção de leite. Há cerca de um ano, o sítio deles e outras 57 propriedades estão participando do ATeG em Ubaí, Icaraí de Minas e Ponto Chique. A maioria são pequenas propriedades de produção de leite em uma parceria do Sindicato dos Produtores Rurais de Ubaí.


O casal Paulo Rodrigues da Silva e Eva Martins dos Anjos

Quando o casal aderiu ao programa, a produção diária no sítio era de cerca de 70 litros/dia de leite. Em apenas três meses a produção subiu para cerca de 120. Uma média de 17 a 20 litros/dia de leite por vaca. Segundo Paulo, esse avanço se deve às mudanças implementadas por eles através do acompanhamento do técnico como plantio de pastagem, mudanças na nutrição, pesagem da alimentação, produção de volumoso e silagem, anotações de gastos, dentre outros. Paulo conta que estava há seis anos na atividade, e hoje sabe que vinha fazendo quase tudo errado. “A prova disso está nos resultados obtidos, pois, em poucos meses de programa, conseguimos avanços significativos e estamos trabalhando para mantê-los".

O técnico de campo do ATeG, o zootecnista Luiz Pedro Mota Pinheiro, ressalta a importância do comprometimento dos participantes para que os resultados sejam positivos. É necessário aplicar as orientações técnicas para o aumento da produção e qualidade do leite. Ele conta que algumas propriedades tiveram um aumento de até 90% na produção e que 100% dos produtores atendidos pelo ATeG em Ubaí, Icaraí e Ponto Chique, já são autossuficientes na produção de volumoso, que é a base da alimentação do gado neste período de estiagem. “Antes do ATeG, os produtores tinham que comprar os produtos ou até se desfazer dos animais, por não ter como alimentá-los no período de seca”.

Mudança de cenário

Para Paulo Afonso Mendes de Souza, presidente da Associação dos Produtores de Leite e Agricultura Familiar de Ubaí e Região (APLAFU), que conta com 80 associados, o ATeG está mudando o cenário da produção de leite da região. “Estamos recebendo uma assistência que não tínhamos e que está aos poucos mudando a rotina de nós produtores. Estamos muito felizes, pois em alguns momentos pensamos até em desistir da atividade devido às dificuldades. Mas, com o apoio do sindicato e do SENAR, voltamos a acreditar que podemos melhorar nossa produção”, disse.

Ele acrescenta que houve um crescimento de cerca de 30% na produção de leite com um gado mestiço. E que já tem um touro registrado e espera que em pouco tempo já tenha crias dele em lactação. O produtor também está se preparando para adquirir novas matrizes pra aumentar e melhorar a genética do seu rebanho. “Aí sim, vou poder desfrutar de um crescimento maior”.

ATeG e sucessão familiar

Em Icaraí de Minas, os produtores Antônio Usiel Alves Carvalho e Pablo Gustavo Saraiva Alves, pai e filho, são assistidos pelo engenheiro agrônomo Marcos Abraão Vieira. Conforme o técnico, eles conseguiram obter um excelente resultado na propriedade: passaram de 90 para 250 litros/dia de leite, com expectativa de aumentar ainda mais esse ano. Eles trabalham em 40 hectares de terra arrendada e têm 20 vacas em lactação.


Antônio Usiel e Pablo Gustavo, que aumentaram a produção em mais de 100%

Segundo Pablo Gustavo, desde que a assistência técnica começou, tudo melhorou. Ele e o pai já tinham pensado diversas vezes em parar com a produção de leite, pois produziam pouco com um custo muito alto. Tínhamos 15 vacas em lactação, mas só produziam 90 litros de leite. “Não tínhamos nenhuma novilha, o custo pra produzir a silagem era alto e o leite não dava pra pagar as despesas. Então vendíamos todos os bezerros que nasciam”, disse.

Agora estão produzindo a própria silagem. “Plantamos 80 quilos de sorgo e colhemos 300 toneladas. Antes plantávamos 60 quilos e só colhíamos 90 toneladas. Hoje estamos com 20 vacas em lactação com uma produção de 250 litros/dia de leite. Temos também 19 novilhas com peso próximo ao aceitável para a primeira prenhez e também já conseguimos comprar umas terras, que estamos estruturando para mudar. Então, somos muito gratos ao ATeG, Sistema FAEMG/SENAR/INAES, Sindicato e ao técnico Marcos, pois se não fosse a assistência técnica proporcionada pelo programa, já teríamos parado com a atividade”, contou Gustavo.


Paulo também está produzindo a própria ração

Para o técnico Marcos Abrão Vieira, além do aumento da produção, os assistidos pelo programa também têm contato com um aumento significativo na produtividade nas áreas. “Vários produtores elevaram a sua média diária de produção de leite com o mesmo número de animais, mantendo o custo de produção de antes ou com pouquíssima elevação. Aumentando assim, o ganho de renda no bolso do produtor”, finalizou.

Fonte: milkpoint