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Reflexão sobre tecnologia e o fator humano dentro das cooperativas

18/06/2021

Apesar do contexto cada vez mais digital e tecnológico do mundo contemporâneo, nunca se falou tanto da importância do fator humano como agente transformador. E nas cooperativas percebo essa realidade ainda mais presente.

As cooperativas como um todo estão acelerando sua evolução e ocupando cada vez mais espaço em seus segmentos. O cooperativismo de crédito, por exemplo, vem em um movimento crescente desde 2015. E a tendência é que essa evolução seja cada vez maior, já que um dos objetivos anunciados pelo Banco Central em 2020 é dobrar a participação das Cooperativas no Sistema Financeiro Nacional até 2022.

Em meio a todo esse impulsionamento que vem acontecendo no cooperativismo, e inclusive com as necessidades geradas pela pandemia, vemos a tecnologia como fator fundamental nos processos e cada vez mais necessária como aliada na criação de ferramentas que facilitem as realizações.

Mas e as pessoas, como ficam neste cenário onde robôs e automações ocupam espaços significativos e o futuro prevê transformação nos negócios e padrões de consumo?

Para essa resposta vou citar o título do livro que conta a história da primeira agência virtual do Cooperativismo de Crédito no Brasil: Feito à Mão – As pessoas no centro das transformações, escrito por Marcelo Vieira Martins.  

Parece contraditório um livro que fala de uma agência virtual no título ter o fator humano como principal agente de transformações, não é? Mas é essa realidade que vemos diariamente na cooperativa onde atuo há 10 anos e, pessoalmente, percebo nas instituições de forma geral.

Sou formada em psicologia e pós-graduada em gestão de cooperativas, e falar de pessoas é uma das coisas que mais me encanta. De forma tão subjetiva e constante, vejo no momento que estamos vivendo as tecnologias como molas propulsoras para as potencialidades humanas.

A capacidade de adaptação e superação são algumas das principais características incomparáveis dos seres humanos. A pandemia de Covid-19 veio para confirmar essa realidade. Todos tivemos de nos adaptar, aprender, desenvolver, superar, errar, evoluir… E com recursos tecnológicos estreitamos distâncias, passou a ser normal o relacionamento por trás das telas e as resoluções na palma da mão.

Clientes de forma geral mudaram seus padrões de consumo e esse movimento ainda está longe de terminar. As empresas estão em adaptação. Algumas de forma mais acelerada e outras aprendendo a cada experiência nova. Mas, por trás de tudo isso, pessoas são protagonistas.

Em todos os 7 ramos do cooperativismo vemos que a realidade é a mesma: houve uma grande evolução com novas tecnologias e possibilidades digitais, mas ainda temos um horizonte imenso de inovações a ser construído. E essa trajetória, como faz parte da essência cooperativista, é traçada por pessoas.

Em um depoimento para o MundoCoop, o presidente da OCB, Marcio Lopes de Freitas, disse algo que penso ter estreita relação com esse tema: “As novas gerações querem inovação, o mundo está carente de ferramentas participativas, e estamos diante de uma grande oportunidade para o movimento cooperativista. A cooperativa, como sociedade de pessoas que valoriza o humano, acaba sendo um armazém de confiança. É do que a humanidade está precisando”.

Com sua essência e seus princípios focados em pessoas, comunidade e relacionamento, todos os avanços tecnológicos que ainda estão por vir certamente contribuirão para o desenvolvimento do cooperativismo. O fator humano permanecerá como o principal responsável na construção dessa jornada de pessoas para pessoas.  Afinal, a humanidade precisa de cooperação!

Fonte: mundocoop