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Produtores de leite Argentinos receberam aumentos menores do que outros países em 2021

23/02/2022

Em 2021, a experiência do setor lácteo argentino foi paradoxal. Por um lado, com uma produção acumulada de 11,533 bilhões de litros, a Argentina foi o país que registrou o maior aumento de sua produção em termos percentuais. No entanto, também em termos percentuais, verificou-se um menor aumento homólogo do preço pago ao produtor.

Isso se reflete em relatório elaborado pela Área de Economia e Lácteos, Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento do CREA, com base em dados e relatórios divulgados pelo Indec, que destaca que 2021 foi o segundo ano mais produtivo atrás de 2015. Houve um aumento de 4% comparado a 2020. “Esta melhoria se daria por um aumento da produção individual de vacas leiteiras, favorecida por uma primavera com boas condições climáticas”, diz o documento.

Em relação ao preço pago ao produtor em dólares nos diferentes países, a Argentina foi o país da amostra com o menor aumento interanual (+3,3%), ao contrário do que ocorreu em outros países, como a Nova Zelândia, que registou um aumento interanual de +17,1%, a União Europeia, com um aumento de +12,2% e os Estados Unidos, que registaram um aumento de 9,5%.

Por outro lado, de acordo com a agência e, com os dados mais recentes divulgados pelo Ministério da Agricultura, as vendas no mercado interno tiveram queda de volume (medida em litro equivalente) de 2,3% no período de janeiro a novembro de 2021, em relação ao ano anterior. mesmos meses de 2020.

Enquanto isso o consumo, nos “primeiros 11 meses de 2021, caiu 7,2% ano-a-ano, impactado pelas menores vendas de leite fluido e leite em pó (-8,7% e -12,3%, respectivamente). Quanto aos queijos, registou-se uma leve recuperação de mais de 4,3%.

Em relação às exportações, o estudo detalha que houve aumento de volume e faturamento. Estes foram acompanhados por bons preços internacionais para as commodities lácteas.

Enquanto isso, o estudo destaca, especificamente em relação ao último mês do ano, que a variação homóloga medida em litros de leite e sólidos úteis em dezembro de 2021 foi de 3,4%. “Destaca-se que os meses de melhor desempenho produtivo em 2021 foram setembro, outubro e novembro. Da mesma forma, para o mesmo período (Dez-21 vs. Dez-20), registou-se um aumento da quantidade de sólidos úteis (+4%). Por outro lado, a variação homóloga (Dez-21 vs. Nov-21), tanto em litros de leite como em kg de SU (Sólidos Úteis), diminuiu 2,8% e 3,8% respectivamente”, acrescenta.

Por fim, em relação à relação insumo-produto, que significa dividir o preço do insumo correspondente (grão de milho no mercado disponível) pelo preço do litro de leite pago ao produtor (produção), referente ao mês de dezembro de 2021, fechou com o poder de compra de 1,5 kg de milho (disponível) com um litro de leite. “Essa relação é 26,6% inferior à média dos últimos anos (1,9 kg milho/l leite) e 15% superior a 2020, onde foi registrada a menor relação desde 2011”, aponta o estudo.

Fonte: milkpoint