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Universo dos queijos precisa ser mais explorado pelo varejo

21/09/2020

No bate-papo da SuperVarejo desta terça-feira (dia 15) com o “mestre dos queijos”, Fernando Oliveira, proprietário da loja A Queijaria, na Vila Madalena (SP), foi possível conhecer todas as oportunidades de negócios deste vasto universo dos queijos artesanais e industrializados.

Ao contrário do que muitos imaginam, as maturações dos queijos são quase parecidas com o processo dos vinhos, no aspecto “quanto mais velho, melhor”. Além disso, segundo ele, os supermercados precisam rever esse formato de vendas antigo, de mais de 30 anos, e que até hoje é adotado pelas lojas.

“Eles poderiam aumentar muito mais as vendas e o conhecimento nesta categoria. As gôndolas são sempre as mesmas. Ou seja, a indústria evoluiu mas na forma de vender ainda há pouca inovação. É preciso reinventar novos formatos de vendas, que não seja  o autoatendimento, e incluir, por exemplo, o contato mais pessoal, olho no olho, investindo na orientação das equipes”, detalha Oliveira, que há sete anos abriu sua loja física A Queijaria, considerada a primeira no Brasil especializada em queijos, ao mesmo tempo em que manteve a sua loja online, chamada Queijo Artesanal, atuante desde 2008. Ele também foi consultor educacional de queijos do Grupo Pão de Açúcar, por alguns anos.

Por tudo isso, o especialista ressalta também o quanto é importante obter o máximo possível de informações, já que hoje esse universo dos queijos em São Paulo é composto por mais de 600 nomes diferentes, e 80% dos estados brasileiros têm procurado produzi-los cada vez mais. “É preciso entender sobre o que se trabalha. Muitas pessoas não sabem, por exemplo, que na verdade o queijo não vem do leite, mas sim da terra, que por sua vez possui um conglomerado de animas visíveis e invisíveis, para só depois virar leite queijo. Na verdade, ele é produzido como um alimento vivo, que vai maturando com o passar do tempo, sem validade específica. E para isso foi criado inclusive um novo termo, conhecido como ‘queijo vivo’”, esclarece.

É em razão de todos esses detalhes, que Oliveira acredita que ainda há muitas coisas a serem feitas em toda a cadeia de queijos, além da legislação, para que se explore e aumente mais as vendas entre os supermercados de pequeno, médio e grande porte, fazendo inclusive com que o cliente entenda porque vale a pena desembolsar um pouco mais por um tipo ou outro de queijo.

“Trata-se da construção constante de uma cultura queijeira, que inclusive já estamos fazendo. É claro que nos últimos cinco anos aconteceu muita coisa neste segmento, mas ainda estamos construindo o que vai acontecer nos próximos cinco ou 10 anos. Por enquanto, estamos entendendo o contexto dos queijos produzidos em cada região e mais para frente trabalharemos o desenvolvimento dos formatos e receitas”.

Em função da pandemia, a loja do empresário está realizando somente os atendimentos de retirada dos queijos, enquanto a sua loja virtual lhe garante praticamente 90% do faturamento, realizando entregas em São Paulo.

Fonte: milkpoint